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9 de março de 2013

CARRO MOVIDO A HIDROGÊNIO

Os dois principais problemas que os carros movidos a hidrogênio tinham no passado, autonomia e armazenamento do combustível, ao que tudo indica, continuarão no passado.
A construtora sul coreana Hyundai acaba de anunciar o modelo ix35 Fuel Cell, o primeiro modelo de carro elétrico movido a hidrogênio que será montado em série. Carros movidos a hidrogênio já existem, ao menos para testes, protótipos e algumas raras e limitadas produções para venda, há algum tempo. Então, qual é a novidade agora?
Antes de responder a essa pergunta, vamos conhecer um pouco mais essa fonte de energia. Esse tipo de combustível é abundante nas estrelas, como o sol por exemplo. A geração de energia, nesse caso, é por fusão nuclear. Quando utilizado para gerar energia elétrica, tecnologia utilizada nos veículos a hidrogênio, o processo é outro e, no final, o veículo emite apenas vapor d’água para o ambiente, tornando-se, portanto, ecologicamente correto.
Nessa tecnologia, o hidrogênio, armazenado num cilindro ou tanque, é injetado num tipo de célula. As suas moléculas são “quebradas” libertando eletróes que circulam num sistema parecido ao de uma bateria convencional.
Moléculas de oxigênio do ar são utilizadas nesse processo e, juntamente com as de hidrogênio, “alimentam” uma célula elétrica. Desse ponto de vista, podemos considerar esses veículos como “elétricos”.
Há uma vantagem clara na sua utilização: poluição ambiental zero quando em funcionamento. Porém, há não muito tempo atrás, armazenamento e autonomia eram problemas sérios e de difícil resolução.
Pois bem, é aí que reside a novidade do ix35 Fuel Cell: autonomia de quase 600 km (próxima a de alguns automóveis convencionais com motor a combustão) e tanque de armazenagem de, aproximadamente, 5,6kg de hidrogênio líquido.
O hidrogênio é um gás em condições ambiente (25ºC e 1atm – atmosfera - de pressão), no nível do mar, e, para liquefazê-lo, temos de diminuir a temperatura e /ou aumentar a pressão. Diminuir a temperatura é complicado, pois esse gás se liquefaz a, cerca de, -253ºC!
Então, a pressão foi aumentada para 700 atm no tanque para que ele fique no estado líquido, ocupando um espaço menor.
O leitor deve perguntar-se: esse valor é muito grande ou pequeno?
Para efeito de comparação, a pressão no nível do mar é igual a 1 atm e, em uma panela de pressão do nosso dia-a-dia, esse valor pode subir para até 2 atm. Que tal?
Mas, e o carro elétrico. Ele não é competitivo com o carro movido a hidrogênio? No momento, não. O carro elétrico tem baixa autonomia, entre outros fatores, mas o principal deles é a geração de energia. Já imaginou se todos os veículos do mundo fossem elétricos? Quantas centrais hidroelétricas, térmicas, nucleares, eólicas, solares e outras teriam de ser construídas para alimentar toda essa frota?
Mas, como nem tudo são flores, sempre há uma pedra no meio do caminho: como se obtém o hidrogênio? Os métodos mais importantes de obtenção são: a partir da água (com grande consumo de energia elétrica); utilizando metano (um combustível fóssil); e com aproveitamento da biomassa (etanol).
De todos, o mais interessante é o do etanol. Porém, não haverá biomassa suficiente para todos os veículos do mundo. Ou seja, o hidrogênio é mais uma interessante opção e está se tornando viável e competitivo na relação custo/benefício, além do quesito ambiental, mas não será a panaceia para todos os problemas energéticos do mundo.