A construtora sul coreana Hyundai acaba de anunciar o modelo ix35 Fuel Cell, o primeiro modelo de carro elétrico movido a hidrogênio que será montado em série. Carros movidos a hidrogênio já existem, ao menos para testes, protótipos e algumas raras e limitadas produções para venda, há algum tempo. Então, qual é a novidade agora?
Antes de responder a essa pergunta, vamos conhecer um pouco mais essa fonte de energia. Esse tipo de combustível é abundante nas estrelas, como o sol por exemplo. A geração de energia, nesse caso, é por fusão nuclear. Quando utilizado para gerar energia elétrica, tecnologia utilizada nos veículos a hidrogênio, o processo é outro e, no final, o veículo emite apenas vapor d’água para o ambiente, tornando-se, portanto, ecologicamente correto.
Nessa tecnologia, o hidrogênio, armazenado num cilindro ou tanque, é injetado num tipo de célula. As suas moléculas são “quebradas” libertando eletróes que circulam num sistema parecido ao de uma bateria convencional.
Há uma vantagem clara na sua utilização: poluição ambiental zero quando em funcionamento. Porém, há não muito tempo atrás, armazenamento e autonomia eram problemas sérios e de difícil resolução.
Pois bem, é aí que reside a novidade do ix35 Fuel Cell: autonomia de quase 600 km (próxima a de alguns automóveis convencionais com motor a combustão) e tanque de armazenagem de, aproximadamente, 5,6kg de hidrogênio líquido.
O hidrogênio é um gás em condições ambiente (25ºC e 1atm – atmosfera - de pressão), no nível do mar, e, para liquefazê-lo, temos de diminuir a temperatura e /ou aumentar a pressão. Diminuir a temperatura é complicado, pois esse gás se liquefaz a, cerca de, -253ºC!
Então, a pressão foi aumentada para 700 atm no tanque para que ele fique no estado líquido, ocupando um espaço menor.
O leitor deve perguntar-se: esse valor é muito grande ou pequeno?
Para efeito de comparação, a pressão no nível do mar é igual a 1 atm e, em uma panela de pressão do nosso dia-a-dia, esse valor pode subir para até 2 atm. Que tal?
Mas, e o carro elétrico. Ele não é competitivo com o carro movido a hidrogênio? No momento, não. O carro elétrico tem baixa autonomia, entre outros fatores, mas o principal deles é a geração de energia. Já imaginou se todos os veículos do mundo fossem elétricos? Quantas centrais hidroelétricas, térmicas, nucleares, eólicas, solares e outras teriam de ser construídas para alimentar toda essa frota?
Mas, como nem tudo são flores, sempre há uma pedra no meio do caminho: como se obtém o hidrogênio? Os métodos mais importantes de obtenção são: a partir da água (com grande consumo de energia elétrica); utilizando metano (um combustível fóssil); e com aproveitamento da biomassa (etanol).
De todos, o mais interessante é o do etanol. Porém, não haverá biomassa suficiente para todos os veículos do mundo. Ou seja, o hidrogênio é mais uma interessante opção e está se tornando viável e competitivo na relação custo/benefício, além do quesito ambiental, mas não será a panaceia para todos os problemas energéticos do mundo.