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7 de janeiro de 2011

A HISTÓRIA DA COCA COLA

Não há como negar que a fórmula secreta da Coca-Cola foi altamente bem ­sucedida: ela seduziu o gosto adolescente de muitos milhões de pessoas em todo o mundo. Não deveríamos estar surpresos, porque ela é refrescante, uma bebida agradavelmente aromatizada, e uma garrafa gelada de Coca pode realmente matar nossa sede em um dia quente de verão. Não é surpresa também que ela tenha vários imitadores.
A estória da Coca-Cola começou em 28 de junho de 1887 em Atlanta, no estado da Geórgia, quando um farmacêutico, o dr. John Pemberton, então com 56 anos, registrou a marca Coca-Cola, para a bebida que ele inventara. A época do lançamento da nova bebida também foi adequada porque a cidade de Atlanta tinha votado a proibição às bebidas alcoólicas. Portanto não surpreende o fato de ela ter sido tão vendida. A nova bebida de Pemberton continuou a ser vendida mesmo depois que o veto às bebidas alcáolicas foi retirado no ano seguinte ao do lançamento da Coca-Cola.
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Pemberton colocou um anúncio no Atlanta Journal descrevendo a sua nova bebida como mostrado abaixo:
Deliciosa! Refrescante! Hilariante! Revigorante!
“A nova e popular soda fountain drink contém as propriedades da maravilhosa planta da coca e da famosa noz da cola”.
Na verdade a bebida é denominada Coca-Cola devido a seus ingredientes - a planta da coca que é a fonte de cocaína, e a noz da cola, que é rica em cafeína. Eu gostaria de adiantar, porém, que nenhuma destas plantas fornece os ingredientes para as colas atuais.
Pemberton descobriu por acaso a receita da bebida não alcoólica que se tornaria a mais vendida no mundo. Ele manteve em segredo os ingredientes responsáveis pelo aroma, e a companhia Coca-Cola declarou que somente os dois mais altos executivos da empresa tinham conhecimento destes ingredientes, e como eles deveriam ser misturados.
A maioria dos ingredientes da Coca-­Cola sempre foram bem conhecidos: açúcar, caramelo, cafeína, ácido fosfórico, suco de limão-galego, e essência de baunilha. Juntos estes componentes constituem uma mistura tolerável e o caramelo, o limão e a baunilha são os aromas dominantes. Nunca existiu cocaína na Coca-Cola, embora Pemberton, que era um consumidor regular desta droga, possa ter experimentado a bebida contendo cocaína. A cocaína foi certamente adicionada a certos vinhos com propriedades "tônicas" daquela época: a própria Rainha Vitória tinha predileção por alguns deles. O extrato de cola foi também retirado logo no início, preferindo-se adicionar cafeína purificada diretamente. O grau de acidez da Coca-Cola, que é necessário para conferir o sabor refrescante, foi originalmente devido à adição de ácido cítrico, que é encontrado nas frutas cítricas, mas este ingrediente também foi substituído por ácido fosfórico, que é mais barato.
Pemberton precisava fazer uma nova bebida diferenciada, e então tentou outros aromas em pequenas quantidades. Finalmente, ele encontrou uma mistura que aprovou e à qual ele atribuiu o nome de código 7X. Então, teve o cuidado de que a companhia Coca-Cola protegesse o segredo de 7X ao longo dos anos de forma que ela estivesse preparada para desafiar e resistir às ordens judiciais, ao não revelar a composição secreta. Na Índia os fabricantes são obrigados pela lei local a dizer o que contém uma bebida, mas em 1977 a companhia decidiu cessar a comercialização naquele país do que revelar o seu segredo.
No transcorrer dos anos existiram diversas tentativas de esclarecer a composição de 7X. As suas essências estão presentes apenas em pequenas quantidades, então foi quase impossível descobrir o que elas eram através da análise química, porque cada essência é constituída de numerosas substâncias químicas. Em 1983, William Poundstone, autor do liyro Big Secrets, imprimiu a sua lista do que ele achava ser fórmula de 7X, o qual ele dizia ser constituído por laranja, limão, cássia, coentro, néroli e limão. A cássia é também conhecida como canela-da-china, e o néroli é o óleo extraído das flores da laranjeira. Poundstone fez uma estimativa perspicaz, como veremos.
As técnicas analíticas modernas desvendarão os detalhes de qualquer fórmula secreta, por isso não causou grande preocupação para a Coca-Cola, quando Mark Prendergast finalmente publicou a “receita” de 7X em seu livro For God, Country and Coca-Cola em 1993. Ele disse que chegou à composição investigando um dos livros de anotações do laboratório de Pemberton, que foi achado nos arquivos da empresa. O misterioso 7X era uma mistura dos óleos de limão (120 partes), laranja (80), noz-moscada (40), canela (40), néroli (40) e coentro (20). Pemberton misturava estes ingredientes com álcool e então os deixava em repouso por 24 horas de forma que fosse obtido o extrato. Hoje não existe álcool na formulação, porém pode ser que ele tenha usado este ingrediente durante a proibição da utilização de álcool, o que pode explicar a necessidade de Pemberton de manter o segredo da sua formulação.
A Coca-Cola também afirma que a chave para a obtenção das propriedades particulares de 7X se deve à seqüência na qual os ingredientes são adicionados, e que isto apenas dois executivos da companhia conhecem. Existem pessoas que dizem que podem identificar as diferentes colas disponíveis no mercado, mas é improvável que os possuidores de um palato discriminador deste tipo de bebida, sejam considerados peritos. As colas são simplesmente bebidas refrescantes que não fazem mal e mantêm uma série de pessoas empregadas na sua fabricação, distribuição, venda e propaganda. Quando você compra uma garrafa de cola, a embalagem, promoção e os lucros respondem por 95% do que você está pagando por ela. Não tenha a ilusão de que você comprando algo de essencial e um copo de água é melhor para saciar a sua sede e custa praticamente nada. O que você está realmente comprando é uma solução de cafeína, e isto pode causar um efeito em você.
A quantidade de cafeína presente em uma garrafa de cola é de 40 mg, o mesmo que em uma xícara de chá, e cerca da metade da que é encontrada em uma xícara de café recém-preparado. O mesmo volume de café instantâneo fornece 60 mg, e nos últimos 50 anos este tem sido o meio mais popular de tomar cafeína. O café instantâneo foi produzido pela primeira vez pela companhia suíça Nestlé em 1938, que o vendeu como Nescafé (o Instituto Brasileiro do Café demonstrou que o café poderia ser transformado em pó solúvel em 1930). O café instantâneo realmente tornou-se no que é hoje na Segunda Guerra Mundial quando foi amplamente utilizado pelas tropas norte-americanas, sendo que após este evento ele tornou-se parte de nosso dia-a-dia.
Pessoas jovens podem obter a dose diária de cafeína ingerindo as colas, mas a maioria dos adultos a obtém a partir do chá ou café. Se bem que a parte mais importante destas bebidas seja o sabor e aroma, é a cafeína que explica a sua permanente popularidade. O chá é bebido principalmente em países onde é produzido, como a Índia, Sri Lanka, e especialmente a China, mas uns poucos países são grandes importadores, como a Grã-Bretanha e a Austrália. O café, por outro lado, é principalmente colhido em países como o Brasil, Colômbia, Indonésia e Quênia. O comércio anual de grãos de café ultrapassa a cifra de 7 bilhões de dólares, fazendo dele um das quatro maiores mercadorias comercializadas (as outras são carvão, o comércio de grãos em geral e petróleo).
Estima-se que o consumo de cafeína no mundo ultrapasse a cifra de 120.000 toneladas por ano, o que equivale a cerca de 60 mg por pessoa a cada dia. Os escandinavos são os maiores consumidores de cafeína, geralmente obtida através do café, consumindo acima de 400 mg diárias; os britânicos consomem cerca de 300 mg diários, a maioria proveniente do chá; e os norte-americanos, que de há muito são considerados grandes consumidores de café e das colas, consomem a quantidade surpreendentemente baixa de 200 mg diários.
A dose fatal de cafeína por ingestão oral é de cerca de 5.000 mg, o que equivale a 80 xícaras de café ou 120 xícaras de chá. Quando você consome cafeína, o organismo ativa suas defesas para eliminar a toxina invasora, que é a forma pela qual o organismo encara esta substância não nutriente. O organismo livra-se da molécula invasora retirando átomos de carbono de sua estrutura, o que inicialmente tem pequeno efeito, porque ela é transformada em outras moléculas, tais como teofilina e paraxantina, as quais são tão potentes quanto a cafeína. Todavia, este processo de diminuição dos átomos de carbono continua e, finalmente, forma-se a xantina, que o corpo tem a capacidade de eliminar pela urina, ou utilizar para outros processos metabólicos. Todo este processo explica por que o efeito da cafeína em nosso corpo persiste por cerca de cinco horas.
Mais de 60 espécies de plantas produzem cafeína, e acredita-se que esta substância química é produzida nas plantas para protegê-Ias dos insetos. Os arbustos do café são originários da Etiópia e lá eram cultivados mais de mil anos atrás. O café chegou à Europa por volta de 1600, provavelmente vindo da Turquia, de onde provém o seu nome, kehveh. O chá tem uma tradição mais antiga, já sendo bebido na China em 2500 a.c., mas ele também não chegou à Europa senão no século XVII. A planta da cola, ou kola, é uma planta da África tropical a qual produz nozes lustrosas com um alto teor de cafeína. Mascando as nozes da cola é possível liberar a cafeína nelas contida.
A cafeína não tem apenas o efeito de nos dar a sensação de recuperar nossas energias: ela também apresenta benefícios medicinais, sendo usada em analgésicos, tratamentos da asma e em dietas. Esses tratamentos contam com os seus efeitos de estimular o metabolismo e relaxar os nervos dos brônquios. A cafeína tem sido utilizada há muito tempo para aumentar a resistência física. No Tibete, não só os tibetanos tomam grandes quantidades de chá, mas também os seus cavalos e mulas. As distâncias eram medidas outrora pelo número de xícaras de chá consideradas necessárias para uma determinada viagem ou percurso: três xícaras de chá forneceriam a você o "combustível" suficiente para percorrer cerca de 8 quilômetros.
Do ponto de vista químico, a cafeína é um pó branco que foi isolado pela primeira vez pelo químico alemão Friedlieb Ferdinand Runge***, porém só no ano de 1897 é que a sua estrutura química foi deduzida. A cafeína pode ser feita em laboratório, porém o mercado comercial é suprido pela cafeína produzida como subproduto do café descafeinado. A remoção da cafeína sem alterar o gosto do café é relativamente simples, e envolve a sua extração com dióxido de carbono liquefeito.
Existem muitos mitos populares sobre a cafeína. Ela é acusada de causar noites sem dormir, indigestão e mau hálito, e, como se isso não fosse suficiente, a ela também tem sido atribuído o aumento dos níveis de colesterol para quem bebe grandes quantidades de café ou chá, levando portanto ao risco das doenças cardíacas. Existiu inclusive a sugestão, na década de 70, que ela podia causar câncer no fígado, porém tal afirmação era completamente infundada. Ela, na verdade, não causa insônia, indigestão ou doenças do coração, e esta foi a conclusão de 175 cientistas de todo o mundo que participaram do Caffeine Workshop que teve lugar na Grécia em 1993. Quanto mais dados têm sido coletados e analisados, mais os vários "alarmes" sobre a cafeína têm se mostrado pouco mais que resultado de estudos ,epidemiológicos mal elaborados sobre os hábitos alimentares das pessoas.
A cafeína nos afeta de diversas maneiras. Ela é metabolizada pelo fígado, o qual leva cerca de 12 horas para remover 90% de toda a cafeína que consumimos. As primeiras vezes que ingerimos cafeína, ela aumenta de forma acentuada nosso ritmo cardíaco e a pressão sanguínea, mas quando nos tornamos consumidores regulares de produtos que a contêm, nosso corpo pára de reagir desta forma. Devido aos seus efeitos fisiológicos, não foi surpresa que a cafeína fosse tida como um dos fatores responsáveis por algumas doenças comuns. Um estudo de 1973 sugeriu que o risco de trombose era duplicado se uma pessoa consumia 400 mg ao dia de cafeína, o que equivale ao consumo de cinco xícaras de café recém­preparado. Entretanto, um estudo de 1990 sobre 45.000 homens não comprovou nenhuma conexão entre o consumo de café e a existência da trombose. Uma possível ligação com as doenças cardíacas também mostrou estar errada devido a um amplo levantamento feito na Escócia, onde homens e mulheres apresentam uma incidência particularmente grande desta doença. Nesta pesquisa foram consultados mais de 10.000 homens e mulheres de meia-idade e não foi estabelecida nenhuma ligação entre a ingestão de cafeína e as doenças cardíacas.
A cafeína atua como um estimulante e as bebidas que a contêm são conhecidas por isso, e, como já mencionamos, o café faz "despertar", as colas "restauram as forças" e o chá "revigora". A cafeína opera ativando um estimulante do próprio cérebro, a dopamina, sendo que existe esta ativação até o conteúdo de aproximadamente quatro xícaras de café; depois disso, xícara extras não têm mais efeito no nível de dopamina no cérebro. Ao uso de cafeína em excesso, é popularmente creditado o fato de tirar-nos o sono à noite, mas provavelmente ela não exerce este efeito em todas as pessoas, a não ser que elas bebam em demasia. Existem pessoas que metabolizam a cafeína vagarosamente, e são elas que podem, preferencialmente, ser acometidas destes efeitos. Apesar das afirmações iniciais de que não podemos nos tornar dependentes da cafeína, os sintomas causados pela sua retirada de nossa ingestão regular agora parecem ser aceitos, e eles são, em ordem de ocorrência: dor de cabeça, depressão, fadiga, irritabilidade, náusea e vômito.
Além da cafeína, o chá pode oferecer maiores beneficios devido a outras três substâncias químicas nele contidas. São elas o salictlato, o gaIato de epicatequina e o galato de epigalocatequina. Nós veremos um quadro sobre o salictlato um pouco mais adiante, nesta galeria. As outras duas moléculas são parte de um grupo de substâncias conhecidas como flavonóides, e acredita-se que elas têm a capacidade de proteger nosso organismo contra os radicais livres. Radicais livres são substâncias químicas naturais altamente perigosas que possuem um elétron nocivo desemparelhado, e esta característica possibilita o seu ataque a componentes-chave das células, tais como o DNA, assim intermediando, possivelmente, o surgimento de câncer. Atribui-se ao ataque implacável dos radicais livres sobre o corpo uma das causas fundamentais do processo de envelhecimento.
Talvez o hábito de beber chá possa ajudar na luta contra os radicais livres. Uma equipe de pesquisadores holandeses conduziu um estudo por 15 anos com homens de idades de 50 anos ou mais, e em 1996 expuseram as suas conclusões, mostrando que os consumidores de chá têm uma incidência extremamente reduzida de ataque cardíaco. Estes pesquisadores atribuíram tal fato à capacidade dos flavonóides de destruir os radicais livres. Outros pesquisadores também mostraram que os flavonóides do chá também protegem contra o surgimento de tumores em animais.
* Aqui "cola," refere-se aos frutos das árvores do gênero Cola, da família das Esterouliáceas.
** Refrigerantes à base dos frutos de cola ou com sabor de cola.
*** Goethe, considerado o maior poeta da língua alemã e um grande apreciador de café, é que forneceu ao seu amigo F. F. Runge as sementes de café, das quais foram extraídas os primeiros cristais de cafeína. A contribuição científica de F. F. Runge é muito ampla, sendo ele o responsável pela descoberta da anilina e do fenol.



Veja quando você toma coca-cola o que acontece

Já imaginou o que acontece com seu organismo depois de tomar uma Coca-Cola geladinha? Veja aqui, passo-a-passo, o que ocorre após ingerir Coca-Cola.
Você já imaginou porque a Coca-Cola te deixa alegre? É porque ela te deixa meio "alto", se é que vocês me entendem. Eles tiraram a cocaína da fórmula há quase 100 anos, sabe porque? Porque ela era totalmente redundante.
10 minutos- Uma quantidade parecida com 10 colheres de chá de açúcar golpeiam seu organismo (100% da recomendação diária). Com essa quantidade de açúcar, você só não vomita imediatamente porque o ácido fosfórico quebra o enorme sabor de açúcar, permitindo que a Coca não fique tão doce.
20 minutos - O açúcar do seu sangue aumenta, causando uma explosão de insulina. Seu fígado responde transformando todo o açúcar em gordura (que nesse momento é abundante).
40 minutos - A absorção de cafeína está completa. Suas pupilas dilatam, sua pressão aumenta e, como resposta, seu fígado joga mais açúcar em sua corrente sanguínea. Os receptores de adenosina no seu cérebro são bloqueados, evitando que você fique entorpecido.
45 minutos - Seu corpo aumenta a produção de dopamina, estimulando os centros de prazer do seu cérebro. Fisicamente, é exatamente isso que acontece se você tomar uma dose de heroína.
60 minutos - O ácido fosfórico prende o cálcio, o magnésio e zinco no seu intestino grosso, provocando um aumento no metabolismo. Essa junção é composta por altas doses de açúcar e adoçantes artificiais. Isso também faz você eliminar cálcio pela urina.
65 minutos - A propriedade diurética da cafeína começa a agir, e faz você ter vontade de ir ao banheiro. Agora é certo que você ira defecar a junção de cálcio, magnésio e zinco; que deveriam ir para seus ossos, assim como o sódio e a água.
70 minutos - O entusiasmo que você sentia, passa. Você começa a sentir falta de açúcar, que faz você ficar meio irritado e/ou com preguiça. Essa hora você já urinou toda a água da Coca, mas não sem antes levar junto alguns nutrientes que seu corpo iria usar para hidratar o organismo e fortalecer ossos e dentes.
Isso tudo será seguido por uma enorme falta de cafeína em poucas horas. Menos de duas, se você for fumante.
Mas não tem problema, toma outra Coca-Cola aí que vai fazer você se sentir melhor.

TEXTO RETIRADO DO portalmedquimica