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3 de abril de 2012

O DILEMA DAS SACOLAS PLÁSTICAS

Uma campanha divulga que entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas são consumidas em todo o mundo anualmente. No Brasil, são cerca de 1,5 milhão de sacolinhas distribuídas por hora. Para a sua produção, são consumidos petróleo ou gás natural (recursos naturais não renováveis), água e energia. 100 milhões de sacolas plásticas precisam de 1,5 milhão de litros de petróleo para serem produzidas e causam a emissão de 4,2 mil toneladas de CO2. 

Mas o principal problema é o descarte incorreto. As sacolas entopem bueiros ou vão parar nas matas e oceanos. Animais morrem sufocados depois de ingerir o plástico ou ficam presos nas sacolas. Estima-se que mais de cem mil mamíferos e pássaros morram por ano devido a ingestão de sacos plásticos. 
Nos oceanos, mesmo quando se decompõem, os plásticos liberam substâncias potencialmente tóxicas, poluindo quimicamente as águas e ameaçando a fauna. Por esse motivo, nem as sacolas oxi-biodegradáveis estão livres de acusação. Quando se decompõem, essas sacolas, na verdade, se dividem em pedacinhos menores, que também afetam ecossistemas.
Mesmo quando reaproveitados para o acondicionamento do lixo, as sacolas causam problemas nos lixões e aterros, impermeabilizando o solo e dificultando a biodegradação dos resíduos orgânicos. Além disso, elas levam cerca de 400 anos para se decompor. 


A Plastivida, por outro lado, lembra que as sacolas plásticas são econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas, inertes, reutilizáveis e 100% recicláveis, e propõe que se aumente o alcance da coleta seletiva. Em seu site, o Instituto cita que, segundo pesquisa do Ibope, 100% das sacolas plásticas são reutilizadas como saco de lixo, 71% constituem as embalagens preferidas da população para transportar suas compras e 75% das donas de casa são a favor do seu fornecimento pelo varejo.

Em vez do banimento da sacolinha plástica, a proposta da Plastivida é reduzir o impacto ambiental causado pelo desperdício ou o descarte incorreto. Em sua defesa, reforça o apoio à redução do consumo das sacolinhas e o incentivo à reutilização. Para isso, sugerem que as sacolinhas sejam feitas com mais qualidade, para que não seja necessário usar uma sacola dentro da outra para carregar compras mais pesadas. Além disso, o Instituto lembra a importância que as sacolas plásticas têm para a saúde pública, quando são usadas na embalagem do lixo doméstico. 
Em paralelo, o setor aposta na implementação de usinas que transformam os resíduos domésticos em energia – Ainda não é possível eliminar o uso das sacolas plásticas. Mas já há diversas alternativas ao seu uso excessivo. O uso de sacolas reutilizáveis – de pano, por exemplo – para compras menores e de caixas para compras maiores já reduz a necessidade das sacolinhas.



Mas, atenção. De nada adianta trocar sacolinhas plásticas por inúmeras ecobags. Essas sacolas duráveis também têm o seu impacto ambiental. Em fevereiro de 2011, a Agência Ambiental Britânica publicou um estudo feito em 2006 em que comparou o impacto ambiental de diversos modelos de sacolas usadas em supermercados. 

Para reduzir o impacto de qualquer uma delas, o melhor é reutilizá-las o maior número de vezes possível. Considerando o reuso de 40,4% das sacolinhas para o acondicionamento de lixo, uma sacola de pano teria quer ser reusada 173 vezes para que se consiga uma redução no impacto ambiental em relação às sacolinhas. Já uma sacola de TNT 100% polipropileno (as chamadas “non-woven PP bags”) bastaria ser reusada 14 vezes. A de papel, 4 vezes.


Em casa, separe o lixo reciclável (seco) em caixas, que podem ser reutilizadas. Assim, não é preciso usar sacolinhas para acondicioná-lo. Deixe os sacos plásticos para o lixo orgânico (caso não tenha a possibilidade de fazer compostagem) e para o lixo de banheiro. Se sua cidade não tem coleta seletiva, cobre da prefeitura. nesse caso, os saquinhos reutilizados para lixo ajudam na combustão, economizando óleo combustível. 


Fonte: http://geecomagination.br.msn.com